Segundo Gustavo Brunetto, a região em que seriam instalados os vinhedos tem condições de solo e clima diferentes de outras tradicionais regiões de produção de uva no Rio Grande do Sul, como a Serra Gaúcha. Por isso, surgiu a necessidade da geração de conhecimentos específicos para produção na região da Campanha, relacionados à instalação e às condições dos vinhedos. A importância está em saber quais nutrientes existem no solo para definir a necessidade de aplicação.
O processo de produção do vinho
De acordo com o professor Brunetto, a boa produção de uva é consequência da definição da necessidade ou não de se aplicar nutrientes ao solo. O pesquisador explica que, quando necessário, a desfolha (retirada de parte das folhas das plantas) e a poda de inverno, devem ser realizadas com o objetivo de melhorar a qualidade do cacho e do vinho. Outras práticas de manejo, como aplicações de fungicidas que impedem o crescimento de fungos nas plantas, podem ser necessárias.
Mauricio Copat, engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especialista em Viticultura e Enologia (UFRGS), informa que o processo de produção do vinho é longo: do plantio ao produto, são três anos. Depois da confecção, o resultado é enviado para a sede da indústria, na cidade gaúcha de Bento Gonçalves, para o processo de engarrafamento.
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Processo de melhoramento das videiras
Gustavo Brunetto explica que o projeto busca a definição dos teores mais adequados de nutrientes em solos de vinhedos, bem como os melhores teores de nutrientes em folhas. Esse fator ajuda na definição da real necessidade de aplicação de fertilizantes. No entanto, as doses mais adequadas estão sendo estabelecidas para máximas produções.
O professor alega que se tem observado que a produção e a composição da uva oscila em função de variáveis, especialmente da temperatura do ar e a chuva. Ele também conta que, como a viticultura na fronteira é recente, ainda não há muitos trabalhos científicos sobre essa região. Contudo, Gustavo Brunetto relata que as informações obtidas por meio das pesquisas são apresentadas não só para os técnicos da Salton, mas a todos os interessados pelo tema, como a apresentação dos resultados em palestras e reuniões técnicas na região da Campanha. Para Maurício Copat, o maior benefício desta parceria é ter resultados positivos na produção e na qualidade e conseguir repassar esse conhecimento para a região. Além disso, informa que dados já foram e continuam sendo publicados em livros, capítulos de livros, resumos e artigos científicos.
Um exemplo é a cartilha Amostragem e recomendação de adubação para vinhedos da Campanha Gaúcha, que traz informações sobre o procedimento de amostragem de solo e de folhas. Na cartilha, também é possível obter informações necessárias para interpretar os nutrientes em solos e folhas, além das doses de nutrientes a serem aplicadas em vinhedos da região da Campanha Gaúcha. Gustavo Brunetto ressalta que, atualmente, a UFSM é reconhecida nacional e internacionalmente na geração de conhecimentos relacionados à nutrição de frutíferas, o que inclui videiras, adubação de frutíferas e contaminação de solos.
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